O que é síndrome metabólica e quais seus impactos na longevidade?

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Você sabe o que é a síndrome metabólica? Ela é uma condição que leva nosso corpo a entrar em colapso e é a responsável por doenças como infartos e AVCs. A boa notícia é que ela pode ser evitada.

A síndrome metabólica está presente nas mais variadas especialidades médicas. Ela é uma condição básica que pode afetar vários sistemas do corpo humano e trazer uma lista enorme de comorbidades. 

Entre as principais está a diabetes, que traz um aumento exponencial do risco cardiovascular e cerebrovascular. São as doenças que mais tiram vidas em todo o planeta.

Para explicar mais sobre o que é a síndrome metabólica, e quais seus impactos na longevidade humana, preparei o artigo a seguir.

O que é a síndrome metabólica?

A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. 

É uma condição de alteração do nosso corpo, que gera uma insuficiência e uma ineficácia do uso da glicose como fonte de energia.

E esse processo acaba trazendo repercussões importantes ao nosso corpo, entre elas a resistência à insulina.

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Como ocorre a síndrome?

A insulina é um hormônio produzido no nosso pâncreas, de um grupo de células chamadas de células beta. Elas produzem insulina todas vezes que nosso corpo precisa capturar glicose. 

A glicose no organismo é uma moeda de energia universal. Ela é fornecida pelos alimentos, dos carboidratos que comemos, e ao ser quebrada no intestino, será absorvida pelas células para o trabalho celular.

Porém, a membrana de nossas células não consegue absorver glicose toda hora que quer. Por isso, para que a glicose consiga penetrar dentro das células, é necessário ativar canais de absorção, o chamado glucose transporter, que tem no glut4, o principal transportador de glicose. 

o glug4 é um canal de captação de glicose, e esses canais são ativados pelo hormônio chamado insulina.

Ou seja, a insulina atua lá na membrana da célula, ativa esses gluts, e isso permite que a glicose seja transportada para dentro das células.

Quais condições causam a síndrome metabólica?

Quando existem condições como a obesidade, a dislipidemia, a resistência à insulina, os erros dietéticos, o excesso de carboidratos refinados vazios com alto teor de índices glicêmicos, nosso corpo sente.

Isso faz o pâncreas ser muito exigido, de produzir insulina o tempo todo para ativar a absorção celular de glicose. Porém, com o tempo ele vai procurar mecanismos mais eficazes para ter uma maior velocidade naquela reação e com o menor gasto energético.

Ao fazer essa alteração, o corpo descobre que é muito mais prático e muito mais inteligente manter aquela insulina elevada do que ter de ficar baixando e subindo o tempo todo no organismo.

Isso acontece todas as vezes que perpetuamos nossos alimentares, nossos erros metabólicos, que promovem a elevação permanente da insulina. 

E a insulina permanentemente elevada provoca resistência nesses canais transportadores. A resistência da glicose em penetrar nas células provoca uma maior sobra de glicose no espaço extra-celular, e aí, eu gero um efeito de bola de neve.

Ou seja, quanto mais erros alimentares eu cometo, maiores são os erros catastróficos para o nosso organismo.

E com uma sobra cada vez maior de glicose em nosso organismo, o pâncreas começará a produzir ainda mais insulina. Isso desencadeará um processo que chamamos de estado crônico de hiperinsulinemia. 

Esse estado crônico gera cada vez mais resistência a insulina, mais excesso de glicose fora das células e isso vai se perpetuando. 

Formação de gordura

O corpo para não perder essa energia da glicose começará a armazená-la primeiro no músculo esquelético, e como ele é muito pequeno vai ser transferida para o hepatócito. Mas como o hepatócito também não vai conseguir armazenar grandes quantidades, acaba transferindo essa responsabilidade para a célula adiposa.

São células adiposas que são especializadas em armazenar energia, mas não em forma de glicose, mas sim em forma de gordura. 

Para transformar glicose em gordura, é ativada uma enzima chamada Glicose 6 Fosfato Desidrogenase. Essa ativação crônica desse processo começa a provocar aumento das nossas reservas de gordura.

É nessa hora que a pessoa começa a perceber que as roupas estão apertando, que o corpo está mudando para pior, que cintura está aumentando. E quando ele faz a bioimpedância, verá que o percentual de gordura corporal aumentou.

A base desse processo é a resistência à insulina. E aí, a medida que essa população de células brancas, de adipócitos brancos, atinge uma população suprafisiológica, essa célula branca é capaz de sintetizar um grupo de proteínas de baixo peso molecular chamadas de citocinas pró-inflamatórias.

Ataque ao endotélio

Essas citocinas pró-inflamatórias, liberadas a partir do tecido gorduroso, passam a atacar nossos sistemas. E entre eles, o mais vulnerável é o endotélio, que é a camada interna, uma espécie de tapetezinho que reveste o interior das nossas artérias.

O ataque vai ser ainda mais violento nas artérias do corpo humano que são submetidas a uma pressão termodinâmica. E o coração é o mais afetado, principalmente a esquerda anterior, a principal e a circunflexa.

São essas três artérias do nosso corpo onde os fenômenos da arteriosclerose e o processo obstrutivo que o sucedem vão ocorrer com mais frequência. 

As citocinas atacando nosso endotélio acabam promovendo uma necessidade de reparo. E essa necessidade faz nosso sistema imunológico sinalizar para que alguém venha socorrer essas artérias. 

É aí que entra o papel do colesterol oxidado, que entra no endotélio, não para obstruir, mas para tentar reparar. Mas como esse reparo é mal-sucedido, já que o processo inflamatório continua sendo gerado e continua atacando mais trechos desse endotélio, as placas acabam se desenvolvendo e o processo obstrutivo acaba acontecendo. 

Dessa forma, quando aquele ateroma rompe ou obstrui, ele pode lesar seriamente o coração ou promover a necessidade de intervenção, como a colocação de stend, ou uma cirurgia de revascularização. Em casos mais extremos, pode até mesmo causar o óbito.

Ou seja, a síndrome metabólica, gerada pela resistência à insulina, acaba gerando a diabetes do tipo 2. E de cada 4 indivíduos que evoluem para essa condição, 3 irão sofrer um infarto agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral. 

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Cuide do seu corpo

Portanto, esse assunto é muito importante e que deve ser discutido de forma interdisciplinar. Devem ser adotadas medidas que possam evitar ou atenuar a incidência dessa condição. Entre elas, estão:

  • A melhora da alimentação
  • Correção dos distúrbios alimentares
  • Correção da toxicidade hepática e intestinal
  • Melhora dos distúrbios hormonais
  • Evitar a obesidade
  • Adoção de um estilo saudável
  • Prática regular de atividades físicas

Em alguns casos será necessário sim inciar a medicação para que outras áreas possam ser recuperadas. 

Saber o que é a síndrome metabólica é a melhor forma de evitá-la. E dessa forma, é possível ter maior longevidade, com saúde e qualidade de vida.