A vitamina D se tornou nos últimos tempos o suplemento da vez. Usada principalmente para melhorar a imunidade do corpo humano, ela na verdade vai muito além disso.
Particularmente, gosto de chamá-la de hormônio D. Isso porque a vitamina D é um hormônio esteróide e que possui cerca de 80 funções metabólicas no corpo humano.
Ela exerce controle nas atividades metabólicas e na ativação de cerca de 4 mil de genes. A vitamina D foi descoberta em 1928 e naquela época as técnicas de biologia molecular eram bastante rudimentares.
Por conta disso, os pesquisadores cometeram o equívoco de batizar esse hormônio de vitamina. E isso ganhou popularidade rapidamente.
Foi na década de 1970 que os cientistas descobriram que ela era um hormônio e não uma vitamina, mas sua nomenclatura já estava consolidada e assim permaneceu.
Mas para falar mais sobre a vitamina D, ou hormônio D, preparei o artigo abaixo, mostrando que ela é benéfica muito além da imunidade ao corpo humano.
O que é a vitamina D?
Apesar do nome, a vitamina D não é uma vitamina, mas um pró-hormônio, ou precursor de um hormônio.
As vitaminas são nutrientes que o corpo não pode criar e, portanto, uma pessoa deve consumi-los na dieta. No entanto, o corpo pode produzir vitamina D.
Por isso que é um erro chamá-la de vitamina, mas como já se popularizou dessa forma, assim passou a ser conhecida.
A vitamina D obtida pela exposição ao sol, alimentos e suplementos é biologicamente inerte e deve passar por duas hidroxilações no corpo para ativação.
A primeira hidroxilação, que ocorre no fígado, converte a vitamina D em 25-hidroxivitamina D, também conhecida como “calcidiol”.
A segunda hidroxilação ocorre principalmente no rim e forma a 1,25-di-hidroxivitamina D fisiologicamente ativa, também conhecida como “calcitriol”.
Como ela é produzida?
Trabalhos das décadas de 1920 e 1930 levaram à descoberta de que a vitamina D poderia ser sintetizada endogenamente na pele de mamíferos exposta à radiação ultravioleta (UV).
A fotoprodução do hormônio se inicia com a síntese do esterol provitamina D em uma molécula chamada de 7-dehidrocolesterol.
Na maioria dos animais vertebrados, incluindo humanos, isso é produzido em grandes quantidades na pele e incorporado nas bicamadas lipídicas da membrana plasmática das células na derme e na epiderme.
Quando a pele é exposta à luz solar, o 7-dehidrocolesterol absorve a radiação UVB na faixa de comprimento de onda de 290–315 nm.
A energia absorvida faz com que as ligações químicas dentro da molécula de 7-dehidrocolesterol se quebrem e se reorganizem, resultando na formação da pré-vitamina D.
Na pele, a pré-vitamina D sofre uma rápida transformação induzida termicamente em vitamina D 3.
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Qual a função da vitamina D?
A vitamina D promove a absorção de cálcio no intestino e mantém as concentrações séricas de cálcio e fosfato adequadas no corpo humano.
Isto é, ela permite a mineralização óssea normal e previne a tetania hipocalcêmica, que é a contração involuntária dos músculos, levando a cãibras e espasmos.
Também é necessária para o crescimento e remodelação óssea por osteoblastos e osteoclastos.
Ou seja, sem vitamina D suficiente, os ossos podem se tornar finos, quebradiços ou deformados. A suficiência previne o raquitismo em crianças e a osteomalácia em adultos.
Junto com o cálcio, a vitamina D também ajuda a proteger os adultos mais velhos da osteoporose.
O hormônio tem outras funções no corpo, incluindo redução da inflamação, bem como modulação de processos como crescimento celular, função neuromuscular e imunológica e metabolismo da glicose.
Muitos genes que codificam proteínas que regulam a proliferação, diferenciação e apoptose celulares são modulados em parte pela vitamina D.
Além disso, muitos tecidos têm receptores de vitamina D e alguns convertem 25 (OH) D em 1,25 (OH) 2D.
Muito além da imunidade
O sistema imunológico é nosso sistema de defesa “sempre ativo”, realizando vigilância continuamente para nos proteger de infecções.
Após a exposição a um patógeno, o sistema imunológico defende o corpo contra danos por meio de uma abordagem em duas vertentes: imunidade inata e imunidade adaptativa (ou adquirida).
Ela desempenha um papel essencial nas funções imunológicas inatas e adaptativas.
Dessa forma a pesquisa mostrou que a vitamina D está envolvida na resposta a infecções e patógenos e pode apoiar a produção de peptídeos antimicrobianos. Além disso, pode reduzir a superativação da resposta imune para prevenir seus efeitos potencialmente prejudiciais.
Estudos em humanos mostraram que a vitamina D também reduz a probabilidade de infecções agudas do trato respiratório.
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Como ter mais vitamina D no corpo?
Como estamos expostos a menos luz solar — seja como resultado de mudanças sazonais ou de estilo de vida — e poucos alimentos oferecem uma fonte suficiente de vitamina.
Portanto, talvez não seja surpresa que as populações em todo o mundo sofram de deficiência de vitamina D. Na verdade, estima-se que mais de 90% dos indivíduos em todo o mundo têm status insuficiente desse hormônio.
Dessa forma, é papel do profissional de saúde identificar essa deficiência no paciente e indicar a melhor forma de reposição desse hormônio essencial à vida.
Espero que tenha gostado do artigo sobre vitamina D. E para mais informações, confira também o vídeo que gravei para meu canal do Youtube sobre o tema. É só dar o play abaixo!