Colesterol ruim: será que existe? Descubra a verdade

Compartilhe

Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on facebook
colesterol-ruim-sera-que-existe

Será que existe realmente colesterol ruim, ou tudo não passa de uma mitologia criada com o passar do tempo?

Esse é tema muito interessante, que tenho absoluta certeza que caberá indagações, reflexões, discórdias. 

Eu mesmo já aprendi ao longo da prática da medicina que o contraditório é essencial para que ocorra a evolução da ciência. Não temos nenhuma intenção aqui que nos postarmos como donos da verdade.

Afinal de contas, não há verdades absolutas na medicina, há verdades relativas e transitórias.


Mas o que quero começar dizendo aqui que a maior inverdade que foi implantada dentro da medicina ao longo de todos os tempos é em relação à existência de colesterol ruim. 

Acredito que não se possa de forma alguma, dentro desse contexto de abordagem de modelo preventivo de saúde, não se contextualizar um tema tão importante quanto esse, que é o colesterol.

Mas o que é colesterol?

Bom, há uma mitologia muito forte que existe em torno do chamado colesterol ruim. 

Se fala em bom colesterol, mau colesterol. Mas existe realmente colesterol bom? Existe realmente colesterol ruim? E digo já: não existe colesterol ruim!

O que existe é a incapacidade das pessoas de compreenderem isso, principalmente os profissionais da saúde. Então, dizer que o colesterol é o vilão principal de doenças ceifadoras de vidas, como infarto, AVC, é o maior engodo de todos os tempos. É o maior equívoco de todos os tempos.

Por isso, a questão de base é entender o que o colesterol vai fazer de dentro de um contexto de um ateroma, dentro de uma obstrução coronariana, que pode levar a um desfecho fatal. 

O colesterol, meus senhores e minhas senhoras, é uma matéria-prima responsável pela vida. 

A característica molecular do colesterol não é uma gordura. O colesterol é um álcool hidrofóbico, que para circular dentro do nosso corpo precisa de dois pontos:

  • 1. estar na forma metabólica reduzida
  • 2. Estar protegido dentro de pequenos uberes, que nós chamamos de lipoproteínas

As lipoproteínas, podem ser de baixa, de média, de intermediária, ou de alta densidade. E aí se construiu essa mitologia de HDL, LDL, não LDL. 

Colesterol HDL e Colesterol LDL. Qual a diferença?

Vou tentar resumir a ópera aqui para vocês: tudo diz respeito a concentração relativa de triglicérides e colesterol que existe dentro dessas proteínas.

Sob o mesmo ponto de vista, imagine essas lipoproteínas como bolinhas: existe uma membrana fosfolipídica, que é constituída de elementos que fazem essa proteína ser miscível na corrente sanguínea.

O colesterol não é diluível, não é transportável na corrente, ele não se afina, ele é hidrofóbico, ele não gosta de líquidos.

Por isso ele precisa ser transportado dentro dessas moléculas de lipoproteínas. Quando a concentração de colesterol dentro dessas proteínas é muito maior do que de triglicérides, nós chamamos de HDL, ou high density lipoprotein. Ou seja, lipoproteína de alta densidade.

Quando as concentrações de colesterol reduzido dentro dessas moléculas é menor, nós chamamos de LDL, ou low density lipoprotein. Ou lipoproteína de baixa densidade.

Isso é uma grande bobagem, e só diz respeito a concentração de colesterol que tem ali dentro. 

O LDL, por exemplo, sua principal função é controlar a distribuição de colesterol para as nossas artérias, para nossas células, para nossos sistemas produzirem substâncias de reações metabólicas e produzirem também hormônios.

Colesterol é matéria-prima para hormônios

Isso mesmo, o colesterol é a matéria-prima básica que o corpo humano utiliza para produzir hormônios. 

Quando o colesterol chega dentro das células, ele sobre uma ação enzimática, e se transforma em um hormônio chamado pregnenolona. Ele então se transforma em 17 hidróxidos de pregnenolona, 17 hidróxidos de progesterona.

Também se transforma em hormônios como a aldosterona, cortisona, cortisol, androstenediona, testosterona, estradiol, estriol. Todas essas moléculas nada mais são que derivados do colesterol.

E o hormônio esteroide nada mais é do que a molécula do próprio colesterol sutilmente modificada

Olha que conceito extraordinário, no qual o hormônio nada mais é do que uma molécula de colesterol sutilmente modificada.

Então todos esses hormônios são nomes que nós criamos para moléculas de colesterol modificadas. 

Leia também::: Mitos sobre cardiologia metabólica que todos devem conhecer

Colesterol ruim e infarto: um mito

Porém, um belo dia alguém muito pouco inspirado, concebeu a ideia que o colesterol é um demônio. 

Desse modo, quando foi analisar o indivíduo que morreu de infarto pela primeira vez lá em 1878 na Inglaterra, um patologista alemão chamado Rudolf Virchow, abriu o coração e viu lá uma área hemorrágica na parede anterior

E quando foi biopsiar e analisar aquela lesão, viu uma artéria obstruída por uma placa, e dentro daquela placa viu colesterol.

Mas a primeira vez que um médico avaliou o primeiro caso de infarto, olhou aquilo e disse, indubitavelmente, que estava diante de uma lesão inflamatória. 

Mas aí se criou mitologia comercial muito conveniente de que como o colesterol está dentro da placa, e ele seria o problema. Dentro disso se criou uma indústria de remédios para se reduzir o colesterol. 

Em princípio, os trabalhos do mundo real, que analisam prospectivamente quem morre e quem não morre de infarto, chega a conclusões completamente contrários a essa crença vigente. 

Só para ilustrar, os trabalhos prospectivos de longo prazo chegam a conclusão de que indivíduos infartam com colesterol elevado, indivíduos infartam com colesterol normal, e indivíduos infartam com colesterol baixo.

Mas o fato mais relevante é que quando esses estudos vão apurar a porcentagem dos indíviduos que infartam com colesterol alto, normal ou baixo, advinha o que aparece: que a maioria das pessoas não infarta por colesterol alto e nem infarta com colesterol baixo.

A maioria das pessoas, em torno de 75%, ou seja, de cada 4 indivíduos que infartam, 3 infartam com o colesterol normal. Ou seja, sem nenhuma justificativa para tomar remédios para baixá-los.

Como conclusão, se a maioria das pessoas infarta com colesterol normal, é óbvio que o colesterol não é causador de infarto

Remédios não reduzem chances de infarto

É explícito que as pessoas ao tomar um remédio para baixar colesterol não vão reduzir suas chances de infarto.

Essas condições precisam começar a ser discutidas. Por exemplo, vemos cada vez mais pessoas tomando remédios para baixar colesterol e não se consegue identificar menos pessoas morrendo de infarto de um ano para outro.

Ao contrário, parece que essas curvas se sobrepõe. Quanto mais remédios se dá para baixar colesterol, mais pessoas infartam de um ano para outro. 

Isso mostra que é necessário que revisitemos essa crença antiga, essa crença obsoleta e infundada, que o colesterol é propositadamente designado pela natureza para nos matar de infarto.

Ao propósito, a medicina evoluiu em aspectos técnicos e fisiológicos, e a medicina prática do dia a dia permanece estagnada, envolvida em conceitos que não têm mais fundamentos.

Segue envolvida por metodologias de intervenção que não estão fazendo as pessoas morrerem menos, com medicamentos que baixam o colesterol. 

Ou seja, os estudos demostram de forma clara que o colesterol, ao se elevar a partir de um determinado momento da sua vida, é o sinal ostensivo de que seu corpo não está conseguindo produzir hormônios em quantidades fisiológicas.

O colesterol é produzido todo dia no nosso corpo. A alimentação não impacta mais que 5 a 10% do colesterol que circula em nosso corpo. 

A maior parte é de produção hepática, e esse colesterol ao ser produzido tem que se transformar em hormônios. 

Ou seja, a partir do momento que esse colesterol não está sendo convertido em hormônios, é óbvio que o colesterol só vai ter um único caminho: aumentar na corrente sanguínea.

Leia também::: Por que todo profissional de saúde precisa aprender sobre hormônios?

Verdade sobre o colesterol ruim

Na prática, não estou dizendo que é um pecado mortal passar remédios para baixar colesterol. Estou dizendo que é inútil. 

O remédio não vai atuar na causa, vai apenas controlar um efeito. E a causa que faz o colesterol aumentar não é a falta de estatina, mas sim a não transformação em hormônios.

Como resultado, do ponto de vista da medicina expectante curativa, o que a gente aprende a fazer é passar remédio. 

Mas do ponto de vista da medicina preventiva, da saúde, é preciso entender quais motivos que fizeram o colesterol se elevar no nosso sangue. Esse é um sinal de que iniciou um processo de queda e desequilíbrios hormonais.

Olhar para a base dos hormônios com o objetivo de devolver esse equilíbrio fisiológico deve ser a ação médica. 

É assim que devemos compreender a função do chamado colesterol ruim e colesterol bom. Uma molécula fundamental, um álcool hidrofóbico que participa diretamente de mais de duas centenas de reações metabólicas

Função cerebral

Ou seja, o colesterol é a síntese da membrana mielina, que é a capa protetora que reveste nossos neurônios. É a síntese do hormônio D, síntese de esteroides, síntese de fatores imunoregulatórios.

E o que é o cérebro? Ele é simplesmente um amontoado de colesterol e de gordura que aprendeu a processar informações. 

O cérebro é uma montanha de gordura e de colesterol. Por exemplo, você deprimir essa capacidade do corpo de produzir uma substância dessa, pode estar contribuindo muito mais para agravar as condições de saúde dessa pessoa. 

De produzir prejuízos, do que manter essa pessoa no trilho de uma vida saudável, de uma vida longa, de uma vida plena. 


Portanto, vamos refletir, a natureza jamais ia dotar nosso corpo com a capacidade de produzir uma substância propositadamente designada para nos matar de infarto ou AVC. 

Essa é uma visão tola, é uma visão inaceitável, uma visão pueril, de que há colesterol ruim e colesterol bom. É preciso que as pessoas abram sua mente para o mundo.