Você sabia que a nutrição pode influenciar a expressão dos nossos genes e, portanto, nossa saúde? A nutrigenômica é um campo de estudo que tem como objetivo entender como a dieta pode afetar a expressão dos nossos genes, levando em consideração as diferenças individuais de cada pessoa.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, podem ser prevenidas através de mudanças no estilo de vida, incluindo a dieta.
Mas, afinal, o que é nutrigenômica? É sobre isso que vou compartilhar no artigo abaixo, com informações relevantes sobre este tema tão interessante. Siga a leitura e confira!
O que é a nutrigenômica?
A nutrigenômica é um campo de estudo que investiga como os nutrientes dos alimentos interagem com nossos genes.
Ela difere da nutrição convencional, que considera apenas as necessidades nutricionais gerais da população e não leva em consideração as diferenças individuais.
A nutrigenômica procura entender as variações genéticas entre as pessoas, de modo a personalizar a dieta de cada indivíduo para otimizar a saúde.
Para entender a nutrigenômica, é importante compreender os fundamentos da genética. A genética é a ciência que estuda os genes e sua hereditariedade, ou seja, como a informação genética é passada de geração em geração.
Cada célula do nosso corpo contém um conjunto de informações genéticas que determina nossas características físicas e biológicas.
Essas informações são codificadas em sequências de DNA, que são transmitidas de nossos pais para nós. No entanto, embora os genes permaneçam os mesmos ao longo de toda a vida, eles podem ser ativados ou desativados por fatores ambientais, incluindo a dieta.
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Como a dieta influencia nossos genes?
A dieta pode afetar a expressão dos nossos genes através de vários mecanismos, incluindo a epigenética, que se refere às mudanças químicas no DNA que podem ativar ou desativar certos genes.
Por exemplo, alguns nutrientes, como as vitaminas do complexo B, podem afetar a metilação do DNA, um processo que regula a expressão dos genes. Além disso, a dieta também pode afetar a expressão de genes através de vias metabólicas, que controlam a maneira como as células do nosso corpo processam os nutrientes.
Existem muitos estudos de casos que demonstram como a nutrigenômica pode ser aplicada na prática clínica.
Por exemplo, um estudo publicado na revista Nutrition & Metabolism avaliou a eficácia de uma dieta personalizada baseada na genética para o controle do peso em indivíduos obesos.
Os resultados mostraram que a dieta personalizada levou a uma redução significativa do peso corporal, em comparação com uma dieta convencional.
Ômega-3 e metabolismo lipídico
Os ácidos graxos ômega-3 são um tipo de gordura poli-insaturada encontrada em peixes, sementes de linhaça e óleo de canola.
Eles são considerados essenciais para a saúde do corpo humano e têm sido amplamente estudados por seus benefícios para a saúde, incluindo a regulação do metabolismo lipídico e a redução da inflamação.
A inflamação é um processo natural do corpo que ajuda a combater infecções e lesões. No entanto, a inflamação crônica pode levar a doenças como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer.
Os ácidos graxos ômega-3 têm sido estudados por sua capacidade de reduzir a inflamação crônica e, por isso, têm sido associados a um menor risco dessas doenças crônicas.
A expressão de genes relacionados ao metabolismo lipídico também é afetada pela ingestão de ácidos graxos ômega-3.
Em um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, os participantes que consumiram uma dieta rica em ômega-3 apresentaram uma redução na expressão de genes que regulam a síntese de lipídios, o que pode ter um efeito positivo no controle do peso corporal.
Outro estudo, publicado no European Journal of Nutrition, mostrou que a suplementação de ácidos graxos ômega-3 reduziu a expressão de genes relacionados à inflamação em pacientes com síndrome metabólica. A síndrome metabólica é um conjunto de condições que aumentam o risco de doenças cardíacas, derrame e diabetes.
A relação entre a ingestão de ácidos graxos ômega-3 e a expressão de genes relacionados à inflamação e ao metabolismo lipídico é complexa e ainda não totalmente compreendida.
No entanto, estudos sugerem que os ácidos graxos ômega-3 podem ajudar a regular esses processos biológicos, o que pode ter um impacto positivo na saúde.
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A relação entre nutrigenômica e doenças crônicas
A Nutrigenômica tem sido associada à prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas, incluindo obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
Estudos mostram que a dieta personalizada com base nos genes pode ajudar a melhorar a resposta à insulina, reduzir os níveis de triglicerídeos e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Além disso, a nutrigenômica pode ajudar a identificar indivíduos com maior risco de desenvolver doenças crônicas, permitindo intervenções precoces e personalizadas.
Tenha uma melhor qualidade de vida
A nutrigenômica é uma área promissora da ciência que estuda a interação entre a dieta e os nossos genes.
Através da personalização da dieta com base nos genes, a nutrigenômica pode ajudar a prevenir e tratar diversas doenças crônicas, melhorando a saúde e qualidade de vida dos pacientes.
No entanto, ainda há muito a ser aprendido sobre a nutrigenômica, e é necessário que mais estudos sejam conduzidos para melhor compreender seus efeitos a curto e longo prazo.
Por fim, vemos que a nutrigenômica é um tema muito interessante e também que destaca a importância da alimentação saudável. E para mais informações como esta, siga também meu canal do YouTube!