Quando pensamos em cardiologia metabólica e doenças cardiovasculares, tanto profissionais da saúde quanto pacientes, precisamos entender que o sistema cardíaco é o motor da vida.
De seu funcionamento adequado depende a saúde de todo o organismo. E, da mesma forma, tudo o que fazemos ao organismo impacta à saúde do coração.
Assim, todos os nossos hábitos influenciam diretamente. Tanto para a manutenção das saúde quanto para o surgimento das doenças.
Hoje, vamos tratar diretamente a saúde cardiovascular. Assunto urgente, em especial, quando lembramos que é a principal causa de mortes no Brasil e no mundo.
Meu objetivo com as próximas linhas é demonstrar como a maior parte dessas mortes poderia ser evitada com dois passos: o primeiro é a informação adequada, e o segundo, o uso dessa informação para viver uma vida mais saudável.
O mito do consumo de sal
Dados de 2018 do Ministério da Saúde mostraram que quase 25% da população brasileira está diagnosticada com hipertensão. Entre os idosos acima de 65 anos que vivem em capitais, esse número é ainda mais preocupante: mais de 60% contam com o diagnóstico.
Sabemos que esse número tende a ser muito maior, afinal, muitos brasileiros estão hipertensos mas não procuram o sistema de saúde e, assim, não são diagnosticados.
O fato é que, após descobrir a hipertensão, uma das primeiras recomendações é a diminuição do consumo de sal. E, assim, o paciente reduz esse ingrediente das suas refeições.
No entanto, esse é um grande mito relacionado às doenças cardiovasculares. Fruto de muita propaganda midiática dos anos 1980, o sal de cozinha está longe de ser um vilão da saúde quando consumido com equilíbrio.
O que prejudica o funcionamento cardiovascular, de fato, é o excesso de sódio. Esse, sim, está presente em muitos itens processados disponíveis nas prateleiras de supermercados.
Pela facilidade do consumo, a maioria dos brasileiros médios conta com altos níveis de sódio no seu dia a dia.
As influências do açúcar
Por outro lado, existe outro cristal branco que merece a redução, no entanto, é pouco relacionado às doenças cardiovasculares: o açúcar.
Seus efeitos em pacientes diagnosticados com hipertensão comprovaram que as artérias ficam tão sobrecarregadas com o consumo de açúcar quanto com o consumo de sal.
Conforme o estudo publicado no BMJ, uma pesquisa realizada com 120 pacientes cardiovasculares demonstraram que o acúmulo do ácido úrico ocasionado é suficiente para obstruir as artérias coronárias e reter o sódio no organismo.
Isso além da questão do desquilíbrio insulínico proporcionado pelo excesso do açúcar, levando ao desgaste das artérias.
O colesterol como vilão
Outro mito que dificulta a explicação sobre as doenças cardiovasculares é colocar o colesterol como o vilão da saúde.
Na realidade, hoje, temos estudos científicos demonstrando que o colesterol LDL (conhecido como “colesterol ruim”) não tem impactos diretos na saúde cardiovascular.
O colesterol é uma molécula vital para muitas funções vitais do corpo, assim como o consumo de gorduras de boa qualidade é também recomendado para a saúde do organismo.
Assim, sabemos que o consumo de gordura saturada não está relacionado ao aumento dos riscos de doenças cardiovasculares. Ao mesmo tempo , as gorduras insaturadas não diminuem esses riscos.
O que pode evitar as doenças cardiovasculares é, sim, reduzir o consumo de carboidratos refinados ricos em açúcares.
Espero que esses paradigmas arraigados nas crenças das pessoas se desfaçam conforme mais informação é levada a público.
Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.