A Síndrome de Burnout foi descrita pela primeira vez em 1974 pelo médico psicanalista Herbert J. Freundenberger, após diagnosticar em si próprio a exaustão física, psíquica e emocional.
No entanto, foi considerada doença apenas em 2019 pela Organização Mundial da Saúde – OMS e deve entrar para a Classificação Internacional de Doenças – CID em 2022.
Consideramos como síndrome de Burnout o resultado do estresse crônico do trabalho quando não é bem gerenciado.
Podemos caracterizar como uma síndrome ocupacional em que o profissional sente-se exausto, sem energia e distante do próprio trabalho. Essas sensações tendem a trazer queda de produtividade. Normalmente, essa pessoa acaba afastada temporariamente do seu ofício
De acordo com informações da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença com a doença chegou a 114,80%. O número de benefícios pulou de 196 para 421, no Brasil.
Porém, como a síndrome não exige notificação compulsória, não é possível que o Ministério da Saúde contabilize tais dados com precisão.
Mesmo assim, junto com a depressão, a síndrome de Burnout é considerada um dos males do século XXI. A seguir, veremos como essa doença é também uma endocrinopatia e existe uma tendência que alastre-se para além da questão do trabalho.
Burnout além do trabalho
Hoje, esses sintomas estão muito mais relacionados ao trabalho. Porém, não tende a demorar que apareçam também diante de situações como relacionamentos amorosos e interpessoais, bem como a infelicidade em si.
Esse conceito vai ser ampliado, pois ainda está flutuando, mas tende a se apoiar em outras bases da vida. Com as vidas cada vez mais turbulentas, perder o controle sobre o estresse é muito comum.
Podemos exemplificar com maestria ao pensar no período do isolamento social. O que faz pessoas sem um trabalho formal, que ficam o tempo inteiro em casa, entrar em colapso?
Certamente, passar muito tempo ouvindo o quanto a vida está ameaçada e sobre as necessidades de tomar os cuidados traz enorme carga de estressores ao organismo.
A síndrome de burnout está ligada a diversos hormônios, em primeiro lugar, ao cortisol.
O efeito cumulativo e aditivo do estresse é o que existe de mais grave, afinal, é como uma dívida do cheque especial que será cobrada no futuro.
Por isso, cuidar da qualidade dos pensamentos é o primeiro passo. O que parece impossível manter diante de portais de notícia e canais televisivos alimentando o medo com maus conteúdos.
O que acontece no organismo durante a síndrome do Burnout?
Os fatores desencadeantes do cortisol, quando muito estimulados, causam uma reação em cadeia no organismo.
O cérebro, em uma situação estressante, envia um recado para a suprarrenal liberar o cortisol na corrente sanguínea e cumpra a sua função de ligar-se a neurotransmissores cerebrais capazes de identificar se aquela situação precisa de fuga ou luta.
Esse movimento é normal e tem como objetivo preservar a vida. É instintivo.
No entanto,quando esse estímulo à suprarrenal é constante, o cortisol invade o organismo e traz consigo as consequências desastrosas: fadiga, incapacidade de baixar o peso, alteração de memória, alteração de humor, diminuição de sexualidade, diminuição de produtividade.
Até um momento em que a suprarrenal fica esgotada e entra em declínio, sem capacidade de liberar os hormônios na corrente sanguínea.
É por isso que indivíduos com burnout podem sofrer com tonturas, desmaios, queda de pressão, além de desejos intensos por doces e salgados.
Todos esses são sinais de alerta, de esgotamento da suprarrenal.
E o pior: esse quadro favorece o envelhecimento do sistema glandular endócrino. Esse sistema, quando envelhece precocemente, pode determinar hipotireoidismo, menopausa e andropausa precoce. Também favorece o esgotamento hormonal múltiplo.
O mais grave disso tudo, em minha visão, é a inespecificidade desse quadro.
Quando isso ocorre, infelizmente, o caminho mais curto é a prescrição de medicamentos isolados para tratar cada sintoma sem considerar o organismo como um todo.
Esse desgaste que leva ao desequilíbrio hormonal deveria ter, em primeiro lugar, um olhar cuidadoso aos próprios hormônios, buscando o seu reequilíbrio.
Para saber mais, assista ao vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em meu canal do YouTube.