A menopausa precoce se caracteriza pelo fim dos ciclos menstruais antes dos 40 anos. As motivações podem ser diversas e entender os fatores químicos envolvidos é fundamental.

No Brasil, a média aproximada da menopausa na mulher acontece entre os 48 e 52 anos. É a idade considerada ideal, quando acontece o declínio natural dos hormônios reprodutivos. 

Para isso, o corpo começa a produzir cada vez menos estrogênio e progesterona que são os hormônios envolvidos na menstruação, e que fazem a fertilidade diminuir.

Em contrapartida, a menopausa precoce se caracteriza quando esse processo inicia bem antes, por volta dos 40 anos, e cujos fatores envolvidos afetam diretamente a qualidade de vida da mulher.

Sobre esta ligação, meus amigos e minhas amigas, preparei o artigo abaixo, no qual apresento ainda quais fatores químicos estão envolvidos na menopausa precoce. Siga a leitura e tire suas conclusões!

Papel dos disruptores endócrinos

Mulheres cujos corpos têm altos níveis de produtos químicos encontrados em plásticos, produtos de higiene pessoal, utensílios domésticos comuns e no meio ambiente experimentam a menopausa dois a quatro anos mais cedo.

Foi isso que comprovou um estudo publicado pela Washington University in St. Louis. Nele, os pesquisadores analisaram os níveis no sangue e na urina de 111 substâncias químicas suspeitas de interferir na produção e distribuição natural de hormônios no corpo. 

Embora vários estudos menores tenham examinado a ligação entre os chamados disruptores endócrinos e a menopausa, a pesquisa é a primeira a explorar amplamente a associação entre a menopausa e produtos químicos individuais em grande escala.

Os produtos químicos, principalmente o bisfenol A (BPA), ligados à menopausa precoce podem levar a um declínio precoce da função ovariana. 

Importante lembrar que um declínio na função ovariana não só pode afetar negativamente a fertilidade, mas também pode levar ao desenvolvimento precoce de doenças cardíacas, osteoporose e outros problemas de saúde. 

Outros problemas já ligados aos produtos químicos incluem certos tipos de câncer, síndrome metabólica e, em mulheres mais jovens, puberdade precoce.

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Dados da pesquisa

A pesquisa incluiu dados de 31.575 pessoas, incluindo 1.442 mulheres na menopausa que foram testadas quanto aos níveis de desreguladores endócrinos. 

A idade média dessas mulheres era de 61 anos, e nenhuma estava usando terapias de reposição de estrogênio ou havia feito cirurgia para remover ovários.

As amostras de sangue e urina das mulheres foram analisadas quanto à exposição a 111 produtos químicos, que incluíam toxinas reprodutivas conhecidas e/ou aquelas que levam mais de um ano para se decompor. 

Na pesquisa foram analisados ​​produtos químicos das seguintes categorias: 

• dioxinas/furanos (subprodutos da combustão industrial)
• ftalatos (encontrados em plásticos, utensílios domésticos comuns, produtos farmacêuticos e de cuidados pessoais, incluindo loções, perfumes, maquiagem, esmaltes, sabonete líquido e spray de cabelo)
• fitoestrogênios (estrogênios derivados de plantas)
• bifenilos policlorados (PCBs, refrigerantes)
• derivados fenólicos (fenóis, poluentes industriais)
• pesticidas organofosforados
• tensoativos
• hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (produtos de combustão)

Por exemplo, os pesquisadores identificaram 15 produtos químicos – nove PCBs, três pesticidas, dois ftalatos e um furano (um produto químico tóxico) – que foram significativamente associados a idades mais precoces da menopausa e potencialmente têm efeitos prejudiciais na função ovariana.

Ou seja, fica claro que a exposição a tais produtos afeta diretamente a qualidade de vida da mulher e sua função ovariana, resultando na menopausa precoce.

Outros agentes envolvidos

Mas não são apenas os produtos químicos que citamos acima que afetam o corpo feminino. As mulheres que fumam podem chegar à menopausa até dois anos mais cedo do que aquelas que não fumam. 

Ou seja, elas também podem experimentar sintomas mais graves da menopausa. Pesquisas sugerem que mulheres com menopausa precoce ou prematura que fumam morrem cerca de dois anos mais cedo do que mulheres que não fumam

Quimioterapia ou tratamentos de radiação ionizante pélvica podem danificar seus ovários e fazer com que seus períodos parem para sempre ou por um tempo. 

Também é possível que você esteja tendo problemas para engravidar ou não consiga engravidar novamente. 

Mas nem todas as mulheres que recebem quimioterapia ou radiação passarão pela menopausa. Quanto mais jovem a mulher é no momento da quimioterapia ou radioterapia, menor a probabilidade de ela entrar na menopausa.

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Busque a melhor informação

Como vimos, fatores ligados ao dia a dia da mulher podem afetar diretamente sua função ovariana. Há ainda o uso de anticoncepcionais hormonais, que podem afetar seu organismo de forma direta.

É por isso que recomendo sempre que a informação seja a principal arma das pessoas. Saber o que causa mal e o que evitar é fundamental para quem deseja uma longevidade saudável.

Por fim, para aprofundar ainda mais este tema tão complexo, compartilho abaixo um vídeo que gravei para meu canal do Youtube onde falo sobre outros fatores químicos envolvidos na menopausa precoce. Dê o play e confira!