Menopausa Após Histerectomia: Como Identificar e Suplementar

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A menopausa é uma fase inevitável na vida de toda mulher, marcada pela interrupção da função reprodutiva dos ovários e pela ausência da menstruação. No entanto, para as mulheres que passam por uma histerectomia, especialmente aquelas que têm os ovários removidos durante o procedimento, a menopausa pode ocorrer de maneira abrupta e com particularidades que exigem atenção especial.

Neste artigo, vamos explorar como identificar a menopausa após uma histerectomia e a importância da suplementação hormonal para garantir uma melhor qualidade de vida.

O que é a histerectomia?

A histerectomia é uma cirurgia que remove o útero, órgão responsável por abrigar o feto durante a gestação. Existem diferentes tipos de histerectomia:

  • Histerectomia simples: Remoção apenas do útero, mantendo os ovários.
  • Histerectomia com ooforectomia parcial: Remoção do útero e de um dos ovários.
  • Histerectomia total com ooforectomia bilateral: Remoção do útero e dos dois ovários.

Quando ambos os ovários são removidos (ooforectomia bilateral), a mulher entra imediatamente na chamada menopausa cirúrgica, devido à falta de produção dos hormônios ovarianos, como estradiol e progesterona, que são fundamentais para a regulação do ciclo menstrual e várias funções corporais.

Como a menopausa cirúrgica se manifesta?

Em casos de histerectomia com a remoção dos ovários, a mulher pode entrar em menopausa em questão de dias após a cirurgia. É importante entender que esse processo é diferente da menopausa natural, que geralmente ocorre de forma gradual, com uma redução lenta dos hormônios sexuais ao longo dos anos.

Sem a produção hormonal dos ovários, ocorre um esgotamento hormonal rápido, o que leva à interrupção imediata de qualquer função reprodutiva remanescente. Os sintomas podem incluir:

  • Fogachos (ondas de calor)
  • Sudorese noturna
  • Irritabilidade
  • Diminuição da libido
  • Secura vaginal
  • Mudanças de humor

No entanto, nem todas as mulheres apresentam sintomas tão claros, o que pode dificultar o diagnóstico de menopausa. É por isso que é crucial o monitoramento hormonal após a cirurgia.

E quando os ovários são preservados?

Quando apenas o útero é removido e os ovários são preservados, a produção hormonal continua até que a mulher alcance a menopausa natural, normalmente entre os 45 e 55 anos. No entanto, essa situação pode ser desafiadora porque, sem o útero, não há mais menstruação, que é o principal marcador da transição para a menopausa.

Sem o ciclo menstrual como referência, a única maneira de identificar a menopausa é através da monitorização dos níveis hormonais. Exames hormonais regulares são essenciais para identificar o momento em que os ovários começam a falhar e a produção de estradiol diminui, indicando que a mulher está entrando na menopausa.

A importância do monitoramento hormonal

Após a histerectomia, é recomendável que a mulher faça um acompanhamento hormonal pelo menos duas vezes ao ano. A dosagem de hormônios como o FSH (hormônio folículo-estimulante) pode fornecer informações valiosas sobre o estado hormonal. Níveis de FSH acima de 15 UI/mL levantam suspeita de menopausa, enquanto níveis acima de 30 UI/mL praticamente confirmam o diagnóstico.

Os outros hormônios, como o estradiol e a progesterona, também podem ser monitorados, mas o FSH é o principal indicador do esgotamento ovariano.

Você também pode gostar de ler: O papel do FSH na saúde hormonal Feminina e Masculina

Reposição hormonal: quando e como iniciar?

Uma vez diagnosticada a menopausa, seja cirúrgica ou natural, a reposição hormonal pode ser uma estratégia crucial para mitigar os sintomas e prevenir complicações associadas ao declínio hormonal, como osteoporose, doenças cardiovasculares e perda de massa muscular.

Nesse sentido, a terapia de reposição hormonal deve ser personalizada. A escolha dos hormônios, a dose e a via de administração devem ser feitas com base na idade, no histórico de saúde e nos sintomas de cada mulher. A duração do tratamento também precisa ser avaliada periodicamente, considerando os benefícios e possíveis riscos.

Benefícios da reposição hormonal na menopausa cirúrgica

Iniciar a reposição hormonal logo após a histerectomia pode trazer uma série de benefícios, incluindo:

  • Redução de fogachos e suores noturnos
  • Melhoria do sono e do humor
  • Manutenção da saúde óssea
  • Prevenção de doenças cardiovasculares
  • Preservação da massa muscular e da elasticidade da pele

É importante lembrar que o acompanhamento regular é essencial para ajustar a terapia hormonal ao longo do tempo e garantir que a mulher receba os benefícios sem correr riscos desnecessários.

Conclusão

A menopausa após a histerectomia, especialmente com a remoção dos ovários, pode trazer uma série de desafios físicos e emocionais. A identificação precoce do esgotamento hormonal e a suplementação adequada são essenciais para garantir a saúde e a qualidade de vida dessas mulheres.

Portanto, a recomendação é que, após a histerectomia, seja feito um acompanhamento hormonal regular, a fim de diagnosticar o momento certo para iniciar a reposição e adaptar o tratamento conforme necessário.

Por fim, espero que a relação menopausa após histerectomia e reposição hormonal tenha sido clara. E para saber mais sobre este importante tema, bem como outros relacionados à melhor qualidade de vida, siga meu canal do Youtube!