Deficiência de vitamina D: uma epidemia silenciosa?

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deficiencia da vitamina D

Cada vez mais estudos se acumulam para mostrar o quão problemático é a deficiência de vitamina D, causando uma epidemia silenciosa em nosso planeta. 

Aliás, é preciso deixar claro desde já que não se trata de uma vitamina, mas sim de um sistema hormonal com ações pleiotrópicas e sistêmicas além do efeito ósseo.

Esse hormônio desempenha um papel fundamental relacionado à absorção intestinal de cálcio ou à manutenção da homeostase óssea e muscular por meio da modulação do metabolismo do cálcio e do fósforo (funções endócrinas). 

Além disso, o hormônio D tem funções parácrinas e autócrinas, regulando a proliferação e diferenciação celular.

Sobre os males da deficiência de vitamina D, e como reverter este cenário epidêmico, compartilho com os senhores e senhoras o artigo abaixo!

O hormônio D

Para ser funcional, o hormônio D requer hidroxilação no fígado, onde é convertido em 25-OH-D. 

Posteriormente, ocorre uma segunda hidroxilação no rim, tornando-se 1,25-dihidroxivitamina D3 (1,25(OH)2D) ou calcitriol, que é o biologicamente ativo, com ações fisiológicas em indivíduos de todas as idades.

Recorde-se que pelo menos 40% da população apresenta níveis de 25(OH)D inferiores a 20ng/mL, percentagem que aumenta exponencialmente com a idade e com as situações de risco. A deficiência desse hormônio está associada a inúmeras condições e doenças.

Aliás, um erro histórico foi cometido com o termo vitamina D no início do século 20 no País de Gales. Nesse cenário, os médicos perceberam que as crianças que trabalhavam na mina frequentemente sofriam de raquitismo, doença que associavam à falta de alguma vitamina. 

Por isso, deram-lhe o nome de vitamina D. Em 1920, o cientista alemão Adolf Windaus descobriu que na verdade era um hormônio.

Impacto na saúde óssea

A pós-menopausa estaria incluída em uma dessas situações de risco, pois é uma fase em que muitas mulheres sofrem uma diminuição gradativa de sua massa óssea. 

De fato, a osteoporose atinge mais de 35% das mulheres com mais de 50 anos e estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros sofram desta doença.

O hormônio D tem algumas ações que são praticamente exclusivas dele, como a absorção de cálcio pelo intestino. 

Quando há deficiência de 25(OH)D, as glândulas paratireoides e seu hormônio paratireoidiano liberam o cálcio acumulado no esqueleto, fazendo com que ele perca sua resistência, até fraturar e dar origem à osteoporose.

Leia também::: Como deixar o sistema imunológico mais forte

Barreira contra infecções virais

Um estudo realizado no Instituto Maimónides de Investigação Biomédica de Córdoba (IMIBIC), no Hospital Reina Sofía de Córdoba, mostrou que ter níveis séricos de 25-OH-vitamina D entre 40-60 ng/mL pode ser fundamental para combater a COVID-19 que causa hiperinflamação, gerada pela tempestade de citocinas.

Outra das ações muito importantes desse hormônio é sua ação imunomoduladora. De tal forma que as pessoas que apresentam déficit têm maior risco de apresentar alterações do sistema imunológico que lhes permite se defender de agressões externas como infecções virais causadas por vírus respiratórios.

Nesse sentido, foi demonstrado que as pessoas com níveis séricos baixos que contraem a COVID-19 apresentam complicações mais graves e uma taxa de mortalidade mais elevada. 

Em vez disso, foi demonstrado prospectivamente que as pessoas internadas no hospital tiveram menos complicações e um risco menor de admissão em terapia intensiva quando receberam vitamina D.

Maior risco de câncer

A deficiência desse sistema hormonal tem sido relacionada não só a problemas ósseos e musculares como osteoporose ou quedas, mas também a problemas cardiovasculares, problemas oncológicos, doenças mediadas por imunodulação — como esclerose múltipla, distúrbios cognitivos e demências —, e até com infecções crônicas como a tuberculose.

Ou seja, a deficiência de vitamina D já havia demonstrado estar associado ao risco de muitos cânceres. Especificamente com câncer de cólon, mas também de mama ou próstata.

Recentemente, um estudo publicado na revista científica JAMA Network Open, por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, sugeriu que a suplementação de vitamina D3 em um ensaio clínico randomizado com 25.871 pacientes  reduziu o risco de desenvolver câncer avançado entre adultos sem diagnóstico de câncer em começo.

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Como evitar a deficiência de vitamina D?

Como fica claro, a vitamina D tem uma ligação direta com diversos processos biológicos do nosso corpo. 

Por isso, o indicado é tomar mais Sol diariamente, afinal o corpo humano pode sintetizar o hormônio D usando os raios ultravioleta-B provenientes do sol. Para isso, vá para o sol, durante 20 minutos, em um horário do dia em que sua sombra não seja maior do que a sua altura. A partir do momento em que a sombra passa a ser maior o sol já não consegue mais quebrar a molécula responsável por produzir a vitamina D.

Mas se isso não for possível, a suplementação pode ser uma poderosa aliada, desde que siga as recomendações de dosagem de um profissional de saúde.

Dessa forma, damos ao nosso corpo o nutriente necessário para seu pleno desenvolvimento, ao mesmo tempo que garantimos mais saúde e qualidade de vida.

Por fim, espero que tenham compreendido os problemas da deficiência da vitamina D e, para mais informações sobre saúde, siga meu canal no Youtube!