É possível envelhecer sem ficar velho?

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Quem não sonha com um envelhecimento saudável? Não é mesmo? Mas saibam, meus amigos e minhas amigas, que é possível envelhecer sem ficar velho.

O processo de envelhecimento começa na espécie humana muito cedo. Aliás, se nós formos rigorosos ao processo de disfunção celular, é possível dizer que ele inicia ao redor de 18 a 22 anos.

Nesse período, as extremidades dos nossos cromossomos — sequências de bases chamadas telômeros — começam a não conseguir se renovar.

As células não conseguem se renovar com toda a precisão, com toda a exatidão. E esses primeiros defeitos vão acabar levando a um efeito de bola de neve.

Esses complexos celulares passam a não se replicar mais com toda perfeição. Isso decorre da deficiência de uma enzima que renova esses cromossomos, chamadas de telomerase. 

Esse defeito de fabricação e de expressão da telomerase é o responsável pela base do envelhecimento celular.

Processo de envelhecimento

A medicina e a ciência tem avançado muito dentro da compreensão desse processo catabólico que chamamos de envelhecimento.

Um dia talvez tenhamos respostas para esse processo, e possamos até mesmo alterá-lo, modificá-lo, revertê-lo ou mesmo suspendê-lo. 

Mas à luz do conhecimento atual, existem coisas muito mais práticas que nós podemos fazer, antes que sejamos alcançados por esses novos tempos, por essas novas biotecnologias.

Nós temos no nosso corpo uma coisa chamada “tempo de fabricação”, que é a data do nosso nascimento. 

E outra completamente diferente, chamada “estado de conservação”. Esses fenômenos correm paralelamente e podem se encontrar ou podem divergir. 

O fato é que não posso e não devo espectar que eu envelheça necessariamente apenas com o tempo de vida que tenho. 

Porque o tempo de vida que cada um de nós possui, que marca nossa idade cronológica, não tem nenhuma conexão com nosso estado de conservação, que denominamos de idade biológica.

Ou seja,  temos uma coisa chamada idade cronológica, que é igual ao tempo de fabricação. E outra chamada idade biológica, que é igual ao estado de conservação.

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Parâmetros metabólicos

Hoje podemos aferir esses parâmetros metabólicos, que são aproximadamente 90 parâmetros. Eles demarcam dentro do metabolismo de cada uma das pessoas o qual igual, melhor ou pior você tem como resultado quando comparado com um grupo de pessoas da mesma idade.

Por exemplo, vou citar aqui um bem simples. Vamos imaginar que nós estamos calculando aqui a capacidade de transporte de oxigênio durante esforço físico. O parâmetro testado é chamado de VO2 máximo. 

Quando você vai ser testado nesse parâmetro, o sistema vai buscar um grupo de pessoas da sua idade ou seu biotipo, ou suas características físicas com seu gênero, seja ele masculino feminino.

De acordo com os dados desses parâmetros, ele vai comparar se você teve um desempenho igual à média da idade, melhor do que a média ou pior do que a média.

Isso vai compor uma espécie de ENEM, as pessoas vão ser avaliadas em vários parâmetros, em várias áreas metabólicas diferentes.

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Como ter um envelhecimento saudável

Ao final, teremos condição de saber qual é a sua idade biológica comparada. Vamos imaginar que você tem 50 anos. É uma grande ilusão achar no seu corpo tudo funciona igual a de outra pessoa de 50 anos.

Depois dos testes, podemos ter surpresas muito expressivas. Vamos ver que a pessoa tem 50 anos, mas o resumo geral das suas respostas metabólicas equivale alguém 10 anos mais velho, 20 anos mais velho, 25 anos mais velho.

Ou seja, na prática teremos um indivíduo que pode ter 50 anos de nascimento, mas o corpo dele está funcionando igual a alguém com 75 anos.

Ou contrário, o indivíduo que tem também 50 anos, mas os parâmetros metabólicos são comparáveis de uma pessoa bem mais jovem. Ele pode ter 50, mas seu corpo está funcionando com parâmetros de uma pessoa de 40, 35, 30 anos.

Por isso é tão importante que compreendamos que as chances de ter uma doença, de ter uma disfunção, de ter um desequilíbrio, não estão mais escritas na sua carteira de identidade que demarca apenas quanto tempo de vida você tem.

É imperativo que nós possamos entender que as chances maiores de viver bem, com mais saúde, de viver muito, com menos saúde, ou dizer pouco, sem saúde, dependem muito mais das nossas escolhas.

Portanto, são elas que vão impactar no nosso estado de conservação, e por consequência, na nossa idade biológica e da nossa genética. Na verdade, a genética só impacta em 15% da nossa longevidade. 

Mas é apenas com qualidade da informação, avaliando esses parâmetros, que vamos traçar um plano de trabalho para que possamos resolver ou atacar essas disfunções ou desequilíbrios metabólicos.

Dessa forma, poderemos ter um envelhecimento saudável, sem ficar realmente velhos, e tratando o que gera a defasagem para pior da idade biológica.